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Convidada conta subida no Rio Ubatumirim

Stand Up Paddle em Ubatumirim, Ubatuba

 

Ubatumirim parece cenário de filme de ficção científica. Não pela praia em si, que é enorme, dura, de areia branca. Mas pela paisagem em constante mutação. Devo ter ido até lá umas cinco ou seis vezes, e nunca a encontrei do mesmo jeito. Tudo muda (muito) conforme a maré: “prainhas” se formam na beira do rio Ubatumirim, cada hora em um lugar; bancos de cascalhos se amontoam no mar, a 100 metros da orla, dependendo da correnteza; um dia a maré está tão baixa que é possível andar de carro por quilômetros; no outro, não há areia para pisar.
 
Mangue do rio Ubatumirim

 

Em uma quinta-feira qualquer, no meio de setembro, eu e Pluk decidimos nos aventurar pelo rio. O tempo estava firme, mas não havia sol – para tristeza dele, que como todo bom fotógrafo prefere a luz; mas para minha alegria, já que a temperatura fica mais agradável assim.
 
Bromélias no mangue

 

Como era de se esperar, não havia viva alma na praia, a não ser por três policiais ambientais. Com a prancha na água, decidimos subir rio acima (naquele dia o mar estava bravíssimo, era quase impossível remar – Pluk tentou, mas até ele não conseguiu se equilibrar). Já no rio, a história era outra. A maré estava vazando, em seu ponto mais baixo. Nos primeiros 500 metros, precisamos remar com cuidado pois, com a água baixa, ficávamos nos prendendo em pedras e musgos.
 
Pássaros no mangue do rio Ubatumirim

 

A foz do Ubatumirim é bem larga, mas logo o curso se estreita. Há algumas ilhas pelo caminho. Perto delas vimos peixes voadores, que passavam raspando por nós. Não pareciam se importar nem um pouco com nossa presença. Cruzamos com pássaros de vários tipos, mas os mais impressionantes eram os de cauda longa, similares a tesouras, que nunca havia visto antes.
 
SUP em Ubatumirim, Ubatuba

 

A vegetação também muda ao longo do caminho: o mangue fica mais evidente, e dá pra ver muitos caranguejos. Nesse momento, o rio se divide. Pegamos primeiro o caminho à direita e, ali, encontrei uma das paisagens mais bonitas de Ubatuba (e olha que sou suspeita, tudo é lindo nesse litoral!). Era um canal estreito com árvores altas, muitos pássaros, vegetação selvagem e muito silêncio. Da copa das árvores, em vez de folhas, caíam espécies de “véus” bem fininhos, brancos, que iam quase até a água. Eram tantos que pareciam “portais” entre os galhos, um cenário bem surrealista.
 
Flora tropical em Ubatuba

 

SUP entra dentro do mangue

 

Na volta, entramos pelo outro canal, mas ele terminava depois de uns 300 metros. Depois de quase duas horas remando, decidimos então voltar. A maré subia rápido e o vento apertou – foi bem mais difícil se equilibrar sobre o SUP com força contrária, mas chegamos de volta à praia bem no momento que começava a chover.
 
 
Primeira ponte do caminho

 

Segunda ponte do caminho

 

Distância = 5 km
Duração = 1 horas e 30 minutos
Vento = fraco e a favor na ida, médio e contra na volta
Cidade = Ubatuba


Texto: Laura Pluk
Fotos: Daniel Pluk
 
 

 

 

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