Travessia nas Ilhas Tijucas e Gigoia, na cidade do Rio de Janeiro
Mais ou menos dois anos atrás, muitos amigos e leitores desse site me escreveram para contar das ilhas Tijucas, no Rio de Janeiro.
Saíram matérias na Veja Rio, no Globo, na Folha de São Paulo e em vários programas de televisão.
Parecia que, de uma hora pra outra, todo mundo tinha resolvido remar lá. Eu li tudo o que pude e vi todas as fotos. Que lugar incrível! E tão perto da cidade!
Supreendentemente, foi olhando as imagens de satélite que descobri, ali do lado, um lugar ainda mais intrigante. A ilha Gigóia. Tão escondida que nem mesmo os cariocas conhecem. É um verdadeiro bairro, cheio de casas, restaurantes e lojas, cercado por água doce (do rio que desemboca na Praia da Barra). Os 3 mil habitantes vivem isolados de tudo, não sofrem com os problemas de segurança da Cidade Maravilhosa, por exemplo. E gostam de falar que vivem na Veneza tropical.
Demorei, mas consegui um dia para conhecer as ilhas. Na manhã de um sábado nublado, inflei minha prancha no canto da Praia da Barra, onde tem um bar chamado SUP e várias guarderias, que cuidam de centenas de pranchas. Nesse ambiente tão amigável, achei que seria fácil conseguir quem guardasse a mochila e a bomba do stand up. Mas ninguém queria me ajudar. Quando já estava desistindo, um senhor se solidarizou. Foi por pouco.
Entrei pelo rio e segui em direção ao mar. Na foz, algumas ondas quebravam e tive que remar sentado para não cair. Logo avistei as Ilhas Tijucas e alguns grupos de praticantes de SUP. Cheguei rapidinho na Ilha Alfavaca, a mais famosa. Lá tem um estreito “corredor” de pedras onde as melhores fotos costumam ser tiradas. A vista é mesmo espetacular. Pena que não tava sol.
Dei um rolê por ali, sempre cruzando com companheiros de SUP e caiaque, continuei até a Ilha Pontuda e dali de volta para o rio. Subi passando pelo quintal de muitas casas, alguns clubes, por baixo de pontes e ao lado de algumas empresas, e até por uma concessionária de carros. Isso que é SUP urbano.
O rio parecia cada vez mais poluído. Tinha muito lixo boiando e a cor da água assumiu um tom verde radioativo. Deve ser por isso que não vi mais ninguém remando, só alguns barquinhos e jet-skis. Me concentrei então para não cair da prancha.
Mais adiante cheguei na Ilha Gigóia. Dei a volta completa e parei num restaurante. Enquanto meu almoço era preparado, fui conhecer as ruelas do bairro a pé. Realmente tem de tudo lá. Vi um supermercado e alguns salões de beleza.
Depois do almoço, voltei para o ponto de partida. A correnteza tava muito forte, vindo da direção contrária. Remei com força total, mas um pouco antes de chegar me desconcentrei e caí no rio. Felizmente, ali a água tava bem misturada com a do mar. Mas fiquei ressabiado, mesmo assim. Guardei a prancha e rapidinho achei um lugar pago para tomar banho. Dez reais pra me deixar tranquilo. Ufa!
Distância = 13 km
Duração = 3 horas e 10 minutos de remada
Vento mar = sem vento
Ondas = pequenas, sem direção definida
Vento rio = fraco, a favor na ida e contra na volta
Correnteza rio = morta na ida e contra (forte) na volta
Cidade = Rio de Janeiro – RJ
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Texto e fotos: Daniel Pluk