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Praia do Patacho – Rio Tabatinga

Distância = 11 km
Duração = 2 horas e 20 minutos
Vento no mar = forte, a favor
Ondas no mar = fracas, a favor
Vento no rio = moderado, contra
Cidade = Praia do Patacho, Porto de Pedras, Alagoas
Trajeto no Google Maps

 

O litoral norte alagoano é conhecido pelos seus recifes que deixam a água do mar calma e transparente. Sem ondas, parece o ambiente ideal para a prática de Stand Up Paddle. Mas os ventos fortes, dia e noite, dificultam bastante a remada.
Praia do Patacho em Alagoas
Praia entre o Patacho e São Miguel dos Milagres

 

Para curtir o passeio, é preciso ter apoio em terra. Nessa travessia, saí com um amigo da Praia do Patacho, na direção sul e combinei de nos pegarem de carro depois, para evitar remar contra o vento.
A maré já estava baixando há algumas horas e muitos recifes estavam expostos. Íamos desviando das pedras, remando devagar, olhando as praias desertas, paralelas ao nosso caminho. Cruzamos com pescadores, que andavam quase 2 km em direção ao mar aberto, buscando os peixes aprisionados nos recifes.
Pescadores caminhando na maré baixa

 

O mar foi ficando cada vez mais raso. De cima da prancha dava para ver os bancos de areia. De vez em quando, a quilha raspava nos pontos mais altos. Desviávamos buscando os canais naturais. Mas, muitas vezes, tivemos que ir ajoelhados na frente das pranchas para levantar as rabetas.
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Carregando a prancha de Stand Up Paddle na maré baixa, em Alagoas

 

Na foz do Rio Tabatinga, o fundo ficou raso demais. Descemos e puxamos as pranchas à pé mesmo. Isso foi um pouco cansativo. Mas entrar na água doce foi muito refrescante. Seguimos rio acima por mais alguns quilômetros até encontrar o santuário do Peixe-Boi.

Ria Tabatinga, em Porto de Pedras – Alagoas

 

É impressionante remar com esses mamíferos. Muitos chegam a pesar meia tonelada. O Peixe-Boi é curioso e dócil (talvez por isso esteja ameaçado de extinção). Quando já estavam acostumados com nossa presença, passaram a abraçar as pranchas por baixo. Com as duas patas nos segurando, mal dava para remar.

Peixe-boi sob a prancha de SUP, no rio Tabatinga
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Peixe-boi brincando com a prancha de Stand Up Paddle

 

Conseguimos nos soltar e voltar à terra firme. Encontramos um fiscal do IBAMA que nos contou da Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais em que estávamos. Trata-se de um projeto da Fundação SOS Mata Atlântica, com apoio da Fundação Toyota do Brasil, que pretende conservar a vida marinha do sul de Pernambuco até o norte de Alagoas. Entre outras coisas, eles estão conseguindo manter a população do Peixe-Boi viva, ativa e crescendo. Muito bom.

 

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