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“Supeira” convidada conta travessia à Prainha

“Isso não conta como travessia!” Foi o que me disse Daniel Pluk, dono deste blog, quando sugeri fazermos o percurso da Praia Vermelha até a Prainha, em Ubatuba. As duas ficam na baía da Fortaleza, no litoral norte de São Paulo, distantes por pouco mais de 1km, pelo mar. O trecho de ida e volta teria “apenas” 2,5km – uma distância considerável para mim, que tenho o SUP apenas como hobby eventual; mas algo quase irrisório para Pluk, acostumado a fazer travessias de até 35km em um só dia.

Prainha em Ubatuba

Era uma manhã quente de verão, num raro dia sem nuvens (nem chuva) em Ubatuba. Tempo perfeito para remar, apesar das ondas relativamente altas. Pluk concordou imediatamente em me acompanhar no passeio – ele não perde uma chance de subir num SUP –, mas não escreveria sobre ele. “Tudo bem, faço eu”, falei, em tom desafiador. Generoso, ele topou na hora. Assim, escrevo esse primeiro post colaborativo em seu blog.

Praia Vermelha do Sul, em Ubatuba

A baía da Fortaleza é bem fechada, e de muitos trechos não é possível ver o mar aberto. Isso faz com que grande parte desse litoral tenha águas calmas e quentes. Muitas praias famosas de Ubatuba ficam lá: Dura, Lázaro, Domingas Dias, Sununga. Na minha opinião, nenhuma ganha em beleza (e tranquilidade) da Vermelha do Sul, de onde saímos naquela manhã. Quase sempre vazia, mesmo em alta temporada, é superbem preservada e excelente para mergulho, o que faz dela um ótimo local para SUP também (praticamente não venta ali).

 
SUP na Prainha de Ubatuba


Naquele dia, no entanto, as ondas estavam altas. Precisamos esperar um “intervalo” entre elas para passar a arrebentação, e nos afastar bastante das pedras do lado esquerdo da praia, pois a correnteza poderia nos jogar para lá. Isso exigiu um pouco mais de esforço de minha parte, mas nada grave. O mais difícil foi mesmo manter o equilíbrio quando a marola vinha em nossa direção.

 
Crianças se divertem na Prainha

 

Valeu a pena, e muito. O percurso não levou mais do que meia hora. No caminho vimos muitas tartarugas, que vão até essas mesmas pedras para se alimentar. Passamos com tranquilidade a Praia Brava e, logo após um outro paredão de pedras, fizemos uma curva à esquerda, em direção à Prainha. De tão pequena, ela pode passar despercebida – logo depois fica a Dura, enorme e bastante popular. A Prainha, que alguns de nossos amigos chamam de “Praia do Tesouro”, é isso mesmo: um verdadeiro achado. Cercada por pedras altas, é pequenina, não deve ter mais de 20 metros de extensão, e quase sempre vazia (só é possível chegar por mar ou trilha). Como fica dentro de uma minibaía, o mar próximo a ela se mantém raso por uns 15 metros, formando uma grande piscina natural.
Eu e Pluk ficamos ali, deitados sobre as pranchas, durante quase uma hora. Além de nós, havia só mais cinco ou seis pessoas, que tinham chegado em caiaques. Fomos até a areia, colhemos algumas conchas e fizemos fotos. Teríamos passado o dia todo ali, não fossem nossos amigos nos esperando na Vermelha do Sul. A volta foi tão tranquila quanto a ida, com as mesmas tartarugas nos recepcionando pelo caminho.
 
Trajeto Vermelha do Sul – Prainha


Distância = 2,5 km
Duração = 45 minutos
Vento = fraco, a favor na ida e contra na volta
Ondas = médias, contra na saída das praias e próximo às pedras
Cidade = Ubatuba
Texto: Laura Pluk
Fotos: Daniel Pluk
 


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